Rio -  No maior país católico do mundo, a cada dia cerca de 4.400 brasileiros se tornam evangélicos. As religiões protestantes cresceram 61% nos últimos dez anos, ganhando mais 16 milhões de fiéis.
Mesmo com queda de 1,7 milhão de frequentadores, a Igreja Católica continua sendo a com maior número de adeptos no Brasil: 124 milhões. Cerca de 64,6% da população são seus seguidores — em 2000 eram 73,6%. Os dados são de 2010 e estão no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira.
Há três anos a gerente comercial Carla se converteu e engordou rebanho de adeptos da Assembleia de Deus, fé que mais cresceu em 10 anos | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Há três anos a gerente comercial Carla se converteu e engordou rebanho de adeptos da Assembleia de Deus, fé que mais cresceu em 10 anos | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Ano que vem, o Rio vai sediar o maior evento católico do mundo, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O encontro será oportunidade para a Igreja do Papa Bento 16 alterar constatação da pesquisa: que o estado do Rio, entre todos do País, é o que tem o menor percentual de praticantes da religião — 45,8%. O maior está no Piauí: 85,1% .
“Esse diagnóstico vai dar mais impulso à Jornada, que já atraiu 35 mil voluntários”, acredita Luiz Carlos Pugialli, um dos coordenadores da JMJ. Maria de Nazareth Moreira, 67 anos, aproveitou o Dia de São Pedro para pagar promessa, no Méier: “Sou católica, mas só vou à igreja uma vez ou outra”.
Entre as pentecostais, a Universal do Reino de Deus foi uma das que mais perderam adeptos, com quase 300 mil, caindo para 1,873 milhões de seguidores.
O avanço dos evangélicos tem sido puxado mais pela Assembleia de Deus, que cresceu de 8,4 milhões para 12,3 milhões de adeptos. A gerente comercial Carla da Silva Mota, 30 anos, se converteu a essa denominação há três anos. “Eu sou feliz por ser evangélica”, resumiu.
No Rio, a congregação multiplica templos. “A Assembleia de Deus está em qualquer buraco de Juca. Só na comunidade da Vila Cruzeiro (Penha), temos 50 igrejas. Se juntar com o Complexo do Alemão, são mais de 100”, admite o presidente da Assembleia de Deus, Silas Malafaia.
Um em cada quatro tem deficiência
O Censo revelou que no País há cerca de 45,6 milhões (1 em cada 4) de pessoas com pelo menos um um tipo de deficiência (mental, motora, visual e auditiva). E os que disseram ser pretos ou amarelos são as que com o maior número de problemas nesse sentido, 27,1% para cada. O menor percentual de deficientes declarados foi observado na população indígena, 20,1%.
Entre os deficientes, 61,1% da população de 15 anos ou mais anos não tinham instrução ou tinham só o Ensino Fundamental incompleto. O percentual caiu para 38,2% entre pessoas sem deficiências na mesma faixa etária: uma diferença de 22,9 pontos percentuais. Entre crianças de 6 a 14 anos com deficiência, 95,2% frequentam a escola.
Embora o número seja alto, ainda está 1,9 pontos percentuais abaixo do total da população nessa faixa etária (97,1%). A população ocupada com pelo uma das deficiências investigadas representava 23,6% (20,3 milhões) do total de ocupados (86,3 milhões). Já em relação ao total da população desocupada ou economicamente inativa (75,6 milhões), os deficientes eram 31,3%.
Rio de Janeiro é o estado com mais espíritas
O Rio de Janeiro é o estado com a maior proporção de espíritas: 4%. Em seguida, aparece São Paulo, com 3,3%. Os números mostram tendência de crescimento da religião, que tinha 2,3 milhões de adeptos em 2000 e, dez anos depois, passou a 3,8 milhões.
Foto: Arte: O Dia
Evangélicos e espíritas cresceram. Católicos continuam maioria | Arte: O Dia
É o grupo com maior percentual de pessoas com nível superior completo (31,5%) e o menor de indivíduos sem instrução (1,8%). Os católicos e os sem religião foram os grupos que tiveram os maiores percentuais de pessoas de 15 anos ou mais analfabetos ou semianalfabetos, 10,6% e 9,4%, respectivamente.
Segundo o Censo, 55,8% das famílias católicas têm renda de até um salário mínimo (R$ 622) per capita. Já os evangélicos pentecostais têm a maior fatia de praticantes — 63,7% — que pertencem a classes de rendimento inferiores a um salário mínimo.
Fonte: odia